Saiu no site REVISTA ELLE:
Veja publicação original: A primeira premiação musical feita por e para as mulheres
O Women’s Music Event Awards by VEVO reconhece a falta de representatividade feminina na indústria e celebra as mulheres que fazem acontecer.
A brasileira Helena Meirelles tocou viola a vida inteira. Já era genial quando começou, aos 9 anos, mas foi só aos 69 que sua carreira foi reconhecida — por uma renomada revista americana, que a incluiu em sua lista de 100 melhores guitarristas do mundo. Perto de sua morte, o trabalho da sul-mato-grossense ganhou documentários no Brasil, mas seu nome nunca recebeu o destaque merecido. Não à toa, ela foi escolhida para, no próximo dia 28, ser uma das grandes homenageadas do WME Awards, o primeiro prêmio de música dedicado às mulheres no país. A premiação nasce da vontade de acelerar a participação feminina na indústria musical, que também foi historicamente prejudicada pelo machismo. Rita Lee, que completa 50 anos de carreira em 2017, será a segunda artista celebrada. “A ideia é termos a cada ano duas homenageadas, uma em vida e outra pelo legado”, explica a DJ, pesquisadora e jornalista musical Claudia Assef, uma das organizadoras do evento, ao lado de Monique Dardenne e Fátima Pissarra.
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A premiação, de fato, terá duas frentes, voto popular e voto técnico, este escolhendo vencedoras em categorias como empreendedora musical, radialista, jornalista e diretora de videoclipe. “São profissionais que trabalham, mas que não necessariamente atingem um patamar de fama, como acontece com as cantoras”, explica Claudia. “É fundamental fortalecer as bases da engrenagem, bem como a parte que é perceptível para todos. Quanto mais fortalecidas estivermos, mais mulheres se sentirão seguras para embarcar nas diferentes possibilidades que o mercado da música oferece”.
No voto popular, estão abertas ao voto as categorias videoclipe, DJ, cantora, revelação do ano, melhor música e melhor álbum, na qual concorre Letrux, com seu Em Noite de Climão, que recentemente foi premiado pelo prêmio Multishow. “Qualquer premiação traz algum reconhecimento para além do seu nicho. Novas pessoas que até então não tinham me notado, de repente despertam uma curiosidade. Mas sem dúvida uma premiação feita por e para mulheres tem um significado especial. Não acho que seja maior ou menor, porque em termos de premiação não existe essa sensação superlativa”, comenta Letícia Novaes.
A iniciativa nasce em um momento de afrontamentos das estruturas na indústria cultural e mostra que apesar das adversidades muitas mulheres estão produzindo materiais incríveis e quebrando barreiras. “A figura da mulher cantora sempre existiu, mas acho que estamos adentrando novos ambientes e isso é muito estimulante e importante”, diz Letícia. “Nas áreas técnicas ainda existe uma desnível muito grande, há pouquíssimas mulheres e as que estão no mercado precisam provar constantemente seu valor. Por isso, entendemos que cada passo dado é importante e fundamental para uma mudança de mindset, para quebrar paradigmas e estereótipos”, completa Claudia.
Vale a pena acompanhar a transmissão ao vivo, que acontece entre às 20h e 21h30 do dia 28/11 e votar nas suas preferidas
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